sábado, 17 de março de 2012

Presente ...


Confesso não lembrar exatamente qual foi à primeira vez que eu o vi.
Lembro- me apenas duas coisas:
- Primeiro que estávamos na cozinha velha da casa dos Mudados, e parecia ser tão velha, quanto à sensação de conhecê-lo de algum lugar.
- Segundo, que pedido foi meu endereço eletrônico, e quase na mesma hora, perdido ele...

A principio, a timidez não permitia olhar diretamente para ele, logo, não me permitia vê-lo, verdadeiramente. Com o passar do tempo, essa timidez foi sumindo, e finalmente, pude ver quem estava ao meu lado, e aprendi a admirar de tal forma essa pessoa, que simplesmente deixou de ser uma “pessoa” da cozinha, para enfim, se tornar, o amigo mais amigo que alguém poderia ter.
Às vezes pedimos a Deus para acampar seus anjos ao nosso redor, porém, quando eles acampam, não nos damos conta disso. Foi exatamente o que me aconteceu. Sempre quis ao meu lado, alguém que dissesse a verdade, que mostrasse quem sou e quem deveria ser, que me ensinasse a ver e viver a vida da maneira que deve ser vista e vivida, com simplicidade. Aos 20 anos Deus ouviu as minhas orações, te colocando no meu caminho e na minha vida! A ÚNICA pessoa que ainda insiste que devo “sair do armário” e me abrir para vida... (festas, sabores, amigos e amores). E ainda, que devo me colocar à disposição da Vida e daquilo que Ela tem a me oferecer.
A Pessoa que me ensina de Filosofia a forró, numa simples brincadeira. Que me leva a descobrir o “Mundo” em fração de segundos, “Mundo” este, que demorei 20 primaveras para conhecer, isso é, se eu o conheço. Ainda que não conheça, quando estou com ele, este “mundo” se faz conhecido.
Pessoa que consegue passar do santo ao profano em um piscar de olhos, e sem culpa, é claro. Que vai da música popular ao erudito, que conhece funk, rap, hip hop, e ao mesmo tempo consegui traçar um paralelo entre estes, Amália Rodrigues e Charles Aznavour. O anjo, que ensina sobre Deus e o diabo, num bate-papo descontraído, deitados na grama de um Parque, a olhar o céu azul descoberto de nuvens ou na mesa de um bar. Que ver beleza onde ninguém mais a vê.

Enfim... A cada dia, vejo o quão indispensável é aquele menino que pediu meu email e logo o enviou sabe-se lá para onde, se tornou na minha vida. E a cada dia, a cada café, conversa, brincadeira, abraço, oração e a cada lágrima, sinto-me como se minha vida não tivesse sido completa antes de conhecê-lo, e tenho a sensação de que ela ainda talvez não esteja, porém, a cada dia de convívio, ela se enche um pouco mais, de graça, leveza, alegria e sabedoria.
A pergunta que fica é:
Eu conseguirei continuar se você não estiver mais... Aqui?
Só espero que não seja necessário descobrir a resposta na prática, pois sinceramente acho que minha vida, voltará a ser, metade!
Tenho medo que um dia o destino (deuses) te leve para longe e mais longe ainda esteja o teu coração.


De repente, a queda...


Em determinado momento estava tudo num excelente nível.
Os caminhos estavam retos, sem buracos e floridos como o dia mais colorido da mais linda estação. A Primavera, de repente se mudou para Dezembro !
Estaria mentindo se eu dissesse que não haviam alguns obstáculos no caminho, mas quando eu os avistava, diminuía a velocidade dos meus passos, das minhas decisões; passava por cima ou dava a volta por eles e logo apos me via novamente no lindo caminho.
Até que, em certo momento dessa 'longa estrada da vida', estes obstáculos começaram a aparecer com maior frequência, ou talvez eles já estavam la, mas como minha felicidade me fazia flutuar, eu não estava os vendo.
Quando voltei a andar com os pés no chão e olhando pra frente (e as vezes para baixo), os tropeções foram ficando mais comuns; as dores, lágrimas, solidão... tudo foi ficando mais frequente.
Em certa parte do caminho, em mais uma das muitas 'trocas de passos' eu cai em um buraco... e fui caindo... mas enquanto eu caia e não chegava ao fundo, revi minha vida, revivi momentos e olhei para o Alto, para o Céu. E vi que o mesmo Céu que brilhava na parte mais linda do meu caminho continuava brilhando, mas eu não estava vendo, pois olhava mais para os tais obstáculos do que para cima; mais para os problemas do que para as lindas cores da primavera que estavam tempo todo ao meu lado.
E foi na queda, que a antiga felicidade me reergueu e me fez voltar ao caminho certo, flutuando... E os meus olhos? Seguem olhando para o Céu brilhante e para as cores que continuam a me acompanhar.
E é nesse constante estado de Paz, de Felicidade, que flutuando, passo pelos obstáculos, sem que eles me atinjam.

( Experimente tirar os pés do chão. )